Prefeita não vai ao banheiro sem licença do 'general' Fofinho
Em pouco tempo, Bayeux foi vítima de dois estelionatos eleitorais. O jovem Berg Lima, pobre e com um discurso de mudança e combate aos malfeitos praticados por outros gestores, conseguiu empolgar e ganhar a confiança do eleitorado que deu-lhe uma vitória esmagadora, diante de um dos maiores lideres do município.
O sonho durou pouco. Antes de completar um semestre de mandato, o jovem prefeito foi preso em flagrante pelo Gaeco, com dinheiro de propina na cueca. A partir daí, Bayeux mergulhou num caos administrativo sem precedentes.
Ano passado, após vencer uma eleição indireta com fortes suspeitas de negociatas e acordos espúrios, a então vereadora Luciene, popularmente conhecida como Luciene de Fofinho, conseguiu repetir a façanha de Berg. na conquista da simpatia popular. Com uma campanha simples e no meio do povo, uma simpatia permanente, abraços, beijos, carinhos e muitas promessas, Luciene transformou-se na Mamãe que estava sempre on: ou seja, ligada ao povo.
As esperanças ressurgiram. O entusiasmo contagiou. A vitória veio, esmagadora.
Novamente, em apenas 4 meses, o riso foi substituído pelo choro daqueles que se engajaram, apostaram, lutaram e foram descartados de forma humilhante pela prefeita, para acomodar novos aliados que votaram contra ela.
Já durante a campanha, a prefeita e candidata à reeleição foi alertada várias vezes da existência de uma verdadeira quadrilha atuando na área da saúde, celebrando contratos superfaturados com empresas suspeitas, utilizando a estrutura da secretaria para ações com nítido caráter eleitoral.
Mas a promessa era de que, a partir do novo mandato, tudo mudaria: a quadrilha seria neutralizada, os vereadores ocupariam seus lugares na Câmara Municipal para exercerem seus mandatos fiscalizando e auxiliando o Executivo, como reza a lei.
O que se viu foi exatamente o oposto.
Mais raposas foram colocadas para tomar conta do galinheiro. Negociatas pipocaram em várias áreas da administração. Vereadores e suplentes se aboletaram em cargos importantes, com salários mais altos. Parentes a aderentes deles e de advogados abocanham milhares de reais mensalmente. Com isso, o sonho de um calendário de pagamento da Folha de Servidores foi para o espaço e os atrasos são constantes.
Mas o pior de tudo é que a prefeita não é prefeita. Para assinar qualquer papel, seja um simples oficio, uma portaria de nomeação, necessita da aprovação e consentimento do marido, o popular Fofinho. Já na Câmara, a vereadora Luciene passou por situações vexatórias e abusivas, sendo forçada a obedecer as ordens do truculento marido. E diante de dezenas de testemunhas.
A prefeita Luciene Gomes não existe. O prefeito de Bayeux chama-se Misael Martinho, vulgo Fofinho, ex-vereador com contas rejeitadas, ficha suja, acusado de fraudar o Bolsa Família e de superfaturar um banheiro na Câmara Municipal, quando exerceu a presidência.
A Mamãe está off. E o povo órfão.
Luciene mantém o sorriso no rosto. Continua afável e carinhosa. Mas vive se escondendo do povo, entrando e saindo sorrateiramente na prefeitura, pela porta de trás. Já responde a dezenas de processos. E vai terminar pagando sozinha por todas as irregularidades cometidas por terceiros em sua administração. Basta lembrar outra gestora cujo marido também era o prefeito de fato.
A eleição de Luciene Gomes transformou-se num autêntico estelionato eleitoral. O povo apostou no que viu. Acreditou na mulher. Mas ganhou um simulacro de prefeita, dominada, submissa, obediente aos gritos e, dizem, puxavancos de cabelos, do marido truculento.
Fofinho negocia. Fecha contratos. Acerta vantagens indevidas. Paga a fornecedores. Controla as senhas de pagamento de folha e de todas as contas da prefeitura.
Bayeux tem dois gestores: a prefeita, sorridente nas fotos e na divulgação oficial, sem poder, sem mandar, um fantoche, mamulengo oficial. O prefeito, atuando nas sombras, deslizando nos labirintos e praticando toda sorte de malfeitos.
Até quando esse espetáculo deprimente vai durar ninguém sabe.
Talvez um dia a casa caia, quando a Justiça, tartaruga paraplégica, acordar.
Nenhum comentário
Postar um comentário