A omissão, conivência, morosidade, leniência da Justiça, especialmente das instâncias superiores (TJ-PB e STJ), permitiram a implantação de uma verdadeira ‘terra de ninguém’ num dos 10 maiores municÍpios paraibanos.
Preso em flagrante pelo GAECO (órgão do Ministério Público), com dinheiro de propina na cueca, o prefeito Berg Lima fez o País inteiro assistir a uma cena deprimente e vergonhosa: exibiu a bunda branquela em rede nacional, para que a polícia dali retirasse o envelope com o dinheiro do crime.
Após curtir 6 meses de xadrez, o prefeito vivaldino logo percebeu que não adiantava chorar nem espernear nem ameaçar tirar a própria vida. Tratou logo de contratar bancas de advogados caríssimos, que concordaram em receber seus honorários a partir do momento em que o gestor delinquente retomasse o comando da prefeitura e o controle do cofre.
E assim foi. Segundo apregoam à boca graúda muitos de seus assessores e cúmplices, Berg irrigou com alguns milhares de 'peixes e onças' o bolso de magistrados até do STJ.
Já vai fazer um ano.
Nesse período, denúncias de todo tipo já pipocaram. Roubalheira nos contratos de coleta de lixo. Desvios, superfaturamentos e mutretas em obras, na saúde, na educação. Dezenas de familiares sugando cerca de R$ 100 mil mensais através da Folha de Pagamento. Inclusive um tio que já foi condenado a 8 anos de prisão por roubo de verbas públicas, quando foi prefeito de Mulungu, está no comando de uma secretaria que manipula verbas gordas: a Infraestrutura.
Mas nenhuma denúncia cola. Nada atinge o menino travesso. A justiça inexiste. Está morta. Prostrada. Tribunal faz de contas que examina as contas, mas nada conta.
Berg está convicto de que pode meter a mão, fazer todo tipo de falcatruas, corromper, comprar apoios, empregar toda a família, dilapidar os cofres públicos impunemente.
Agora chegou-se ao cúmulo dos cúmulos.
A conversa corrente em todos os círculos de Bayeux é que um secretário municipal foi demitido pelo prefeito, por ter, supostamente, flagrado o gestor em atividades homossexuais e ter revelado o que presenciou a amigos. A demissão sumária veio a galope.
Aqui não se trata de interferir na vida pessoal de ninguém. Prefeito, vereador, jornalista, comerciante, empresário, religioso, pode fazer o que bem quiser de sua vida sexual, ter a preferência que lhe aprouver e exercitar seus sonhos eróticos em casa, num motel ou numa mata do seu sítio particular.
Mas ninguém pode fazer isso em prédio público. Ou em local público. E ainda mais sendo gestor, pessoa pública, que deve zelar pelo decôro do cargo e respeito aos munícipes.
O que choca mais, o que essa situação vexatória revela, é o nível baixíssimo a que chegou esse simulacro de administração num dos 10 maiores municípios paraibanos.
O que circula na mídia é uma foto em que o prefeito Berg Lima caminha ao lado do governador João Azevedo em Brasília e a manchete diz: Governador protege a carteira.
Eis a imagem que Bayeux desfruta atualmente.
E nada parece ser suficiente para que a população reaja. Ou a Câmara Municipal. Ou as autoridades de fiscalização e controle. Ou a morosa Justiça.
Berg compra apoios a preço de banana. Dezenas de pessoas aceitam um salário mínimo numa Folha inchada, para calar, aplaudir e reverenciar o gestor e seus desmandos. Alguns outros repetem um dos mantras da corrupção: ele rouba, mas faz alguma coisa.
Faz mal. Muito mal.
Bayeux chegou ao fundo do lamaçal. A ética, o decôro, a honestidade, o respeito ao patrimônio público, a moral, todos os principais valores da nossa sociedade estão enlameados, espezinhados, enxovalhados, pelos germes pútridos de uma gestão corrupta e de um gestor contaminado por tudo que há de podre e desonesto.
Bayeux não merece esse gestor nem essa gestão. O povo de Bayeux está pagando um preço muito elevado pela omissão, irresponsabilidade, covardia, conivência e cumplicidade dos poderes constituídos, com essa situação suja.
É hora de reagir. De agir. De gritar aos quatro ventos. De denunciar ainda mais.
É hora de mostrar aos juízes, desembargadores e ministros, o mal que causam a toda uma população, com sua demora em julgar, mantendo esse delinquente no poder com suas liminares suspeitas.
É hora de mostrar a vereadores que uma dezena de empregos para seus familiares vai lhes custar muito caro no próximo ano. Porque o povo sabe quem se vendeu, quem negociou o mandato, a honra e o compromisso com a população.
Acorda Bayeux. Chega de roubalheira, de propina, de funcionários fantasmas, de prefeito larápio, de secretários idem.
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